SABE COMO PRESTAR OS PRIMEIROS SOCORROS PSICOLÓGICOS?
Os desastres e catástrofes acontecem inesperada e repentinamente e podem ser definidos como situações ou eventos que superam a capacidade de recursos e assistência local, que causam grandes danos, destruição e sofrimento humano. Perante um evento crítico, as pessoas podem ficar desorganizadas ou afetadas por emoções intensas, mostrando apatia ou desespero.
Obviamente, os profissionais de saúde mental estão capacitados para prestar o apoio psicológico num sentido mais exato. No entanto, às vezes a situação exige rapidez e atuação imediata, por isso é tão importante contar com alguns elementos para saber como agir.
Assim como acontece com os primeiros socorros físicos, é aconselhável conhecer os princípios básicos da atenção psicológica de urgência. Os Primeiros Socorros Psicológicos não são algo que apenas profissionais podem fazer, pois não é um atendimento psicológico profissional. Deste modo, os primeiros socorros psicológicos têm como objetivo reduzir a angústia emocional que os eventos traumáticos provocam, podendo minimizar o impacto e stress inicial causado, ou seja, trata-se de prestar um suporte inicial para ajudar as pessoas a desenvolver estratégias para que reencontrem a sua capacidade de enfrentar as situações adversas.
O protocolo dos primeiros socorros psicológicos
Numa situação em que uma pessoa necessite de apoio imediato após um incidente crítico ou crise incontrolável, siga os passos que apresentamos, proceda calmamente e mostre empatia, preocupação e respeito:
• Estabelecer contato e aproximação: comece por se apresentar (se você não conhece a pessoa), e garantir que haja alguma privacidade; mantenha comunicação e pergunte o que aconteceu tendo por base a garantia de confidencialidade das informações prestadas.
• Oferecer segurança e conforto: isto é, verificar que a pessoa esteja fora do alcance da ameaça. Sempre que possível, retire a pessoa da situação de stress, limite a sua exposição a imagens, sons e cheiros; proteja-a de espetadores curiosos e da comunicação social. Caso não apresente alterações físicas que requeiram atenção, pode oferecer água e convidar a sentar.
• Estabilizar: se a pessoa está muito agitada, peça que olhe para você e o ouça; se estiver colaborante, pode sugerir para que faça exercícios de respiração (inspirar e expirar lento e suavemente, por exemplo: “cheire uma flor e sopre uma vela”) até que consiga um pouco de calma. Aceite sentimentos de tristeza, medo, pânico…estas reacções são normais!
• Recompilar a informação: trata-se de perguntar à pessoa como se sente e o que precisa. Dê-lhe tempo caso não queira falar. Não a pressione. Simplesmente faça-a saber que você está à sua disposição.
• Oferecer assistência prática: em caso de necessidade, oriente a tomada de decisão, pergunte à pessoa se têm alguém que possa prestar apoio e ajude no estabelecimento de contacto com um familiar ou amigo.